Em 9 de janeiro de 1985, o pastor Hristo Kulichev, um pastor congregacional na Bulgária, foi preso e encarcerado. Seu crime foi pregar em sua igreja, quando não deveria fazê-lo, pois o Estado nomeara outro homem para o pastoreio da igreja, um homem não fora eleito pela congregação.
Por causa da sua postura o pastor Kulichev foi a julgamento que se transformou numa fraude. Aquele pastor foi condenado a oito meses de prisão, mas, durante o tempo em que esteve na prisão, ele continuou pregando o Evangelho de Cristo de todas as maneiras possíveis.
Ao sair da prisão, ele escreveu:
"Tanto os prisioneiros quanto os carcereiros fizeram muitas perguntas, e descobrimos que tínhamos um ministério mais frutífero ali do que poderíamos ter esperado na igreja. Deus foi melhor servido pela nossa presença na prisão do que se estivéssemos livres".
Lendo as palavras ditas pelo pastor Hristo Kulichev, aprendo que, mesmo que não entendamos o propósito de Deus, quando Ele permite que enfrentemos circunstâncias adversas, precisamos descansar na certeza de que o Senhor sabe o que está fazendo e Ele pode usar situações desconfortáveis para que outras pessoas sejam alcançadas pelo Evangelho da graça salvadora e, em alguns casos, Ele pode usar circunstâncias dolorosas, como a prisão de um dos seus servos, para que pessoas que, dificilmente ouviriam o Evangelho, tenham a oportunidade de ouvir a mensagem de salvação. Lendo Atos dos Apóstolos, descobrimos que Paulo foi preso e enquanto era levado à Roma o navio no qual se encontrava naufragou e ele, os outros passageiros e tripulantes chegaram à ilha de Malta onde ele testemunhou de Jesus (At 27-28); além disso, descobrimos que numa das suas prisões a guarda pretoriana também ouviu o Evangelho.
Estudando a Palavra de Deus e conhecendo mais de perto a história de muitos dos seus servos, aprendo que a Igreja do Senhor não pode se calar, antes, ela tem o dever de testemunhar de Jesus a tempo e fora de tempo e até quando as circunstâncias se tornam sombrias e dolorosas.
Pr. Calvino Rocha